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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

COMISSÃO DA VERDADE 1.


JOÃO GOULART (JANGO) 1.


Em sessão simbólica, Congresso devolve mandato a Jango


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O presidente João Goulart, conhecido como Jango, chega a Recife em 1963

O presidente João Goulart, conhecido como Jango, chega a Recife em 1963

O Congresso Nacional realizou nesta quarta-feira (18) a devolução simbólica do mandato presidencial a João Goulart. Ele foi presidente entre 1961 e 1964, quando deposto pela ditadura militar. Jango - como era chamado o ex-presidente -- morreu em 1976 no exílio na Argentina e foi enterrado em São Borja (RJ) sem direito às honras de chefes de Estado. Participaram da decisão solene a presidente Dilma Rousseff (PT),  o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A família do ex-presidente também esteve presente na sessão.

Calheiros, que presidiu a sessão do Congresso, entregou o diploma simbólico de presidente da República a João Vicente Goulart, filho do ex-presidente. "Aquele golpe [em 1964] não foi contra Jango. Foi contra suas propostas de reforça de base que propunham o equilíbrio na sociedade brasileira e melhoraria da vida dos menos favorecidos. Ainda hoje precisamos dessas reformas", defendeu João Vicente. "Repito as palavras que disse ao me despedir  de meu pai 'Jango, a democracia venceu'."

O Congresso aprovou, em novembro, o projeto de resolução 4/13 que anulou a sessão do Congresso de 2 de abril de 1964, quando foi declarada vaga a Presidência da República, então ocupada por João Goulart.Para Calheiros, anular a sessão do dia 1º de abril representa justiça e recuperação da história brasileira. "Estamos declarando que João Goulart não era um fugitivo, mas uma vítima de um autoritarismo e da ilegalidade. A história da história não tem ponto final e neste caso precisa ser reescrita", disse o senador.

"Este ato não repara a tortura, não repara os crimes, mas a o que a devolução do mandato é o simbolismo do resgate histórico. Poucos brasileiros tenham amado o Brasil e poucos brasileiros tenham sofrido tanto por esse amor. Porque quando não corrigimos os erros do passado, os povos voltam a cometer o mesmo erro", disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos autores do proposta.

O argumento usado à época foi que Jango havia fugido do Brasil. Os autores do projeto de resolução, senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), ressaltaram que a vacância não poderia ter sido declarada, porque o ex-presidente estava em solo brasileiro, e não no exterior. Simon informou que estava com Jango naquela noite, na cidade de Porto Alegre.

"O Brasil viveu momentos de glória e que gostaríamos de esquecer. Hoje é um dia histórico. O Brasil é hoje democrático e libertário", disse em plenário o senador Pedro Simon.

Comissão da Verdade investiga violações cometidas na ditadura89 fotos

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14.nov.2013 - Presidente Dilma, ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor e outras autoridades receberam na manhã desta quinta-feira (14) os restos mortais do também ex-presidente João Goulart, o Jango, com honras militares. Roberto Stuckert Filho/PR

Jango morreu em 1976, durante exílio na Argentina. Os restos mortais do ex-presidente foram levados de volta para São Borja (RS) nesta sexta-feira (6), após terem sido trazidos para Brasília para exames no Instituto Nacional de Criminalística do Departamento da Polícia Federal. O objetivo do exame foi esclarecer se o ex-presidente foi vítima de um ataque cardíaco ou se foi assassinado pela ditadura militar. O exame foi solicitado pela família de João Goulart a partir de declaração de um ex-agente da repressão uruguaia de que Jango havia sido envenenado.

Autopsia

Em novembro, os restos mortais de Jango foram exumados para verificar as causas da morte do ex-presidente. Segundo a o atestado de óbito, Jango morreu teria sofrido um infarto, mas a autópsia de seu corpo não ocorreu na época da morte. A suspeita da família é que Jango tivesse sido envenenado durante o exílio na Argentina. Em 2007, solicitou ao Ministério Público Federal a reabertura das investigações.

A dúvida sobre a causa da morte foi reforçada por indícios de que o ex-presidente tenha sido envenenado por agentes ligados à repressão uruguaia e argentina, a mando do governo brasileiro durante a ditadura militar, na chamada Operação Condor. A operação seria uma aliança entre as ditaduras do Cone Sul para eliminar opositores. O pedido de exumação foi aceito em maio deste ano pela Comissão Nacional da Verdade.

Após a exumação, os restos mortais passaram por exames antropológicos (medição de ossada, tomografia e radiografia) e de DNA, para confirmação de identidade. As amostras de cabelos, ossos e tecidos também passaram por exame toxicológico para tentar verificar se houve envenenamento.

Vídeo histórico conta trajetória de Jango na Presidência

A análise dos exames também busca traços de remédios usados por Jango e substâncias que poderiam levar à morte.Após os exames, os restos mortais retornaram para a cidade de São Borja, cidade natal de Jango, a 630 km de Porto Alegre no dia 6 de dezembro. Lá foram enterrados com honras de chefes de Estado, quando se completam 37 anos da morte do ex-presidente, ocorrida no dia 6 de dezembro de 1976.

Participou da cerimônia a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário. Segundo ela, o novo enterro repara uma dívida histórica do Brasil com o passado.

http://ed.i.uol.com.br/album/ditadura-45-anos_f_001.jpg

Confira imagens históricas do golpe militar de 6415 fotos Multidão se reúne em frente à catedral da Sé, na região central de São Paulo, durante a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em 19 de março de 1964. O movimento foi uma reação do clero conservador, do empresariado e da direita, em geral, contra as reformas do então presidente João Goulart (Jango). O presidente acabou deposto no dia 31 de março no golpe militar. Folha Imagem